Pesquisadores desenvolvem modelo de inteligência artificial para estimar risco de mortalidade em quatro anos
Por CompartilharnaRede
Cientistas dinamarqueses desenvolveram um algoritmo de inteligência artificial capaz de prever quando uma pessoa vai morrer com base na sua história de vida.
De acordo com o novo estudo, publicado esta semana na revista Nature Computational Science, o modelo de algoritmo chamado life2vec acertou em cerca de 78% das vezes.
Os pesquisadores alimentaram o modelo com todo o tipo de informações sobre mais de seis milhões de pessoas reais, de um registro de dados da Dinamarca no período de 2008 a 2016, que incluíam rendimentos, profissão, local de residência, lesões e gravidez, por exemplo.
Eles adaptaram técnicas de processamento de linguagem e geraram um vocabulário para eventos de vida para que o life2vec pudesse interpretar frases com base nos dados, como “em Setembro de 2012, Francisco recebeu 20 mil coroas dinamarquesas como guarda num castelo em Elsinore” ou “Durante o seu terceiro ano no ensino médio, Hermione frequentou cinco aulas eletivas”.IA acerta em 78% sobre se uma pessoa vai morrer em 4 anos — Foto: Unsplash
O que o life2vec faz é mapear a enorme constelação de fatores que compõem a vida de um indivíduo, permitindo que alguém lhe peça para fazer uma previsão com base em milhões de outras pessoas e em muitos fatores.
O algoritmo então aprendeu com esses dados, segundo Sune Lehmann, principal autor do estudo e professor da Universidade Técnica da Dinamarca, e foi capaz de fazer previsões sobre diversos aspectos da vida das pessoas, incluindo como elas poderiam pensar, sentir e se comportar, e até mesmo se ela poderia morrer nos próximos anos.
Para verificar sua precisão, os pesquisadores escolheram um 100 mil pessoas em que metade sobreviveu e metade morreu. Os pesquisadores sabiam quais pessoas haviam morrido depois de 2016, mas o algoritmo não. Quando questionado sobre quem havia morrido, o life2vec respondeu de forma correta em 78% das vezes.
“Estamos trabalhando ativamente em maneiras de compartilhar alguns dos resultados de forma mais aberta, mas isso exige que mais pesquisas sejam feitas de uma forma que possa garantir a privacidade das pessoas no estudo”, disse Lehmann, professor de redes e sistemas complexos na Universidade Técnica da Dinamarca.